Marthe Robin nasceu em 13 de março de 1902, em Chateauneuf-de-Galaure, aldeia rural do departamento da Drôme. Os pais tinham uma casa modesta, cerca de 13 hectares de terra que exigiam um rude trabalho para sustentar a família numerosa. Marthe não gostava muito de apascentar as cabras, mas ela está sempre pronta a fazer seu trabalho: Ela dizia: "Toda minha vida eu obedeci".
Em 1903, a família foi atingida por uma epidemia de febre tifóide. Entre as crianças, morreu Clémence, a antepenúltima filha, enquanto Marthe ficaria debilitada. Aos 6 anos, Marthe começa a frequentar a escola, ela ia a pé com seus irmãos e vizinhos. Ela ia rezando seu terço, no caminho. Sua saúde frágil não lhe permitiria completar a escola primária.
Marthe fez sua primeira comunhão em 15 de agosto de 1912: “Creio que minha primeira comunhão foi uma tomada de posse de Nosso Senhor. Creio que Ele já se apoderou de mim naquele momento.” E Marthe diz com toda a simplicidade: “O coração de Jesus bateu em meu coração”. Em 1918, ela manifesta os primeiros efeitos da doença que nunca mais a deixará: uma encefalite. Seguiram-se visitas a muitos médicos, terapia de banhos resinosos, enquanto Marthe costura e borda para comprar os medicamentos prescritos.
Em 1928, durante uma Missão Paroquial em Châteauneuf, ela compreende, por uma graça de Deus, que é na doença, e pelo sofrimento desde então aceito e oferecido a Deus, que ela poderá unir-se ao Coração de Jesus em sua Cruz. Aprofunda-se sua vida de silêncio e de união com Jesus em sua Paixão. Em 1929, Marthe está tetraplégica e com as vias digestivas inteiramente paralisadas.
Por mais de 50 anos, até sua morte, ficará sem nenhum alimento sólido ou líquido, sem deglutição sequer para beber água. Seu único alimento será a comunhão das quartas-feiras, quando a hóstia “escapa” das mãos do sacerdote para desaparecer em sua boca.
"Aquele que saía de teu quarto, o visitante vindo de longe para derramar uma dor grande demais, o familiar que expunha questões que lhe queimavam o coração, teus íntimos, todos estavam mergulhados no espanto. E tuas graças místicas não estavam ali inutilmente. No escuro, não se via nada de teus estígmas, não se desconfiava das visitas da Virgem e do demônio ali mesmo onde estávamos assentados. Poderíamos ignorar a tudo de teus combates na penumbra, estas palavras proclamam a tua santidade"
(Mons. Marchand)
"Se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto".
(Jo 12,24).